Não invistas se não estiveres preparado para perder todo o dinheiro investido. As criptomoedas são um investimento de alto risco que pode ser muito volátil e não deves esperar estar protegido se algo correr mal. Toma 2 minutos para saber mais.

Origens das criptomoedas
Academia
26 de out. de 2022

Origens das criptomoedas

É uma verdade universal que o dinheiro é uma forma de transferir valor económico ao longo do tempo e do espaço.

No entanto, apenas na década passada, temos assistido a mudanças significativas no modo como as pessoas fazem transações e investem.

O ouro e a prata são desde há milénios reconhecidos e aceites como reservas de valor. Embora sejam difíceis de transportar e armazenar, era fácil verificar a sua autenticidade. Também eram resistentes à censura (um Governo corrupto não pode tirá-los facilmente de si) e escassos (A provisão é de cerca de 200 000 toneladas acima do solo, com 2500 novas toneladas extraídas todos os anos). Estes três componentes alicerçaram o estatuto do outro como reserva preferencial de valor em tempos de crise e de tumulto económico. A ascensão dos ativos digitais que dão pelo nome de "criptomoedas" desviou as atenções do ouro, que tem sido a melhor forma de transferir valor económico ao longo dos tempos.

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Eventualmente, o papel-moeda passou a ser considerado a melhor forma de pagar bens e serviços. E, durante muito tempo, de facto foi. Pelo menos até o famoso presidente Nixon tirar os EUA e o mundo do padrão-ouro, há 50 anos. Apesar das promessas de que o dólar americano manteria o seu valor total, um dólar de hoje equivale apenas a cerca de 19 centavos em 1971.

Emergiu um novo vencedor por entre este novo pico de incerteza económica e política. Uma fonte de valor transferida através da nova tecnologia da blockchain, a que chamamos "criptomoedas". A ascensão destes ativos digitais desviou o foco do ouro, que historicamente tem sido a melhor forma de transferir valor económico ao longo do tempo. Há muitas criptomoedas, mas a mais conhecida é definitivamente o Bitcoin.

O Bitcoin foi uma resposta direta à crise do Lehman — apenas alguns meses depois de o banco de investimento norte-americano Lehman Brothers Holdings Inc. ter declarado falência, em 2008. A fé que as pessoas depositavam nos bancos foi de tal modo abalada que a perspetiva de uma nova classe de ativos que não estivesse sob o controlo de uma autoridade formal ou de uma terceira parte era bastante aliciante, e alguns viam-na como um caminho para uma distribuição mais justa, transparente, igualitária e democrática da riqueza.

O aparecimento das criptomoedas

E assim a ascensão das criptomoedas e da tecnologia de blockchain começou nesse ano em que foi lançado online um documento técnico, proporcionando uma nova forma de as pessoas transferirem valor online. Durante a década seguinte, definiram-se as várias fases desta tecnologia revolucionária. Durante os mercados em alta, os investidores depararam-se com uma grande volatilidade e com um período de euforia. Também passaram por momentos de desespero e medo.

O Bitcoin conseguiu evoluir para uma reserva de valor no período de menos de uma década. Nos últimos séculos, o ouro tem sido a principal reserva de valor. Não surpreende que o mercado do ouro esteja avaliado em pouco mais de $8 triliões. No final de 2021, o valor de mercado do Bitcoin estava um pouco acima dos $60 biliões. Não há dúvida de que o Bitcoin terá uma oportunidade incrível de substituir o ouro como principal reserva de valor no futuro.

Ao longo da história, o dinheiro emitido centralmente falha, porque o emissor abusa da sua capacidade de desvalorizar a moeda ou de imprimir mais para cumprir as suas obrigações. Isto prejudica a confiança das pessoas no sistema, levando muitas vezes ao seu colapso. O fundador do Bitcoin, Satoshi Nakomoto, comentou isso em 2009:

O problema principal da moeda convencional é a confiança necessária para que funcione. Temos de confiar que os bancos centrais não desvalorizem as moedas; no entanto, a história das moedas fiduciárias revela uma série de violações dessa confiança.

Quando o dólar norte-americano deixou de ser lastreado em ouro, a Reserva Federal pôde basicamente começar a imprimir dinheiro sempre que necessário. Abusou-se a tal ponto desta nova possibilidade que isso contribuiu para várias recessões, nos EUA e no estrangeiro. Mais recentemente, a resposta do recém-eleito presidente dos EUA, Joe Biden, ao abrandamento da economia pós-confinamento consistiu num pacote de incentivos de $1,9 triliões.

Contrariamente à política monetária do banco central, em que alguns decidem quanto dinheiro imprimir, quando imprimi-lo e a quem entregá-lo, o Bitcoin tem uma curva de emissão fixa determinada por um código matemático, que ninguém pode mudar à sua vontade. No Bitcoin, todos sabemos que, no início, foram gerados 50 BTC por bloco e que, em média, é minerado um bloco a cada 10 minutos. Também sabemos que a emissão de novos BTC é reduzida para metade a cada 210 000 blocos. Depois de se emitir 50 BTC por bloco, foram emitidos 25 BTC por bloco, depois 12,5 BTC por bloco e agora 6,25 BTC por bloco.

O Bitcoin consiste numa rede financeira muito superior à dos sistemas financeiros tradicionais, pois, uma vez adquirido, podes movimentar valores 24 horas por dia, 7 dias por semana, por uma fração do custo e com uma liquidação final após cada transação. Isso torna toda a transação segura e flexível.

A tecnologia subjacente

As criptomoedas, como o Bitcoin, utilizam a tecnologia blockchain, que torna o sistema fácil de monitorizar e mais transparente. A blockchain é um livro-razão distribuído ou uma base de dados partilhada entre uma rede de computadores. As informações são armazenadas digitalmente e contêm um registo seguro e descentralizado das transações, garantindo a segurança dos dados sem a necessidade da intervenção de terceiros.

Além disso, a nova oferta de BTC, emitida por um protocolo, é distribuída de um modo justo e conhecido por todos os mineradores. que trabalham com o seu poder de computação 24 horas por dia, 7 dias por semana, para manter a rede segura em todo o mundo. Inicialmente, isto significava que qualquer pessoa que quisesse minerar Bitcoin podia entrar numa corrida global para beneficiar da distribuição (mais) justa da rede.

No novo e único caso da tecnologia blockchain, a inovação tecnológica assumiu a forma específica de uma moeda ou mercadoria, chamada Bitcoin. O resultado é que podemos ver o efeito da Lei de Amara a desenrolar-se historicamente nos mercados de trading em todo o mundo. Isto refere-se ao impacto de todos os avanços tecnológicos inovadores, que é bastante sobrestimado a curto prazo, mas também subestimado a longo prazo.

Embora as criptomoedas ainda dependam de infraestruturas desatualizadas, já não será esse o caso daqui a 10 anos. A inversão de infraestrutura nos pagamentos acontecerá quando os bancos e os provedores de serviços financeiros começarem a usar o Bitcoin, o Ethereum e outras blockchains para fazer pagamentos, em vez de sistemas ultrapassados como o SWIFT. Esta realidade já começou a instalar-se, uma vez que o Office of the Comptroller of the Currency já permite que os bancos norte-americanos usem blockchains públicas para facilitarem pagamentos aos clientes.

O presente e o futuro

A prova mais forte da posição do Bitcoin como nova forma de armazenar e transferir valor foi o modo como as casas de investimento de marca branca, os bancos e Governos acabaram por ceder. Em apenas alguns anos, muitas instituições e órgãos reguladores passaram de uma oposição aberta à nova tecnologia à sua adoção, tendo introduzido até novos regulamentos, produtos e serviços para capitalizar o valor de mercado de biliões de dólares das criptomoedas. O Merrill Lynch, a Goldman Sachs e a Morgan Stanley correram para o mercado das criptomoedas e agora oferecem futuros de Bitcoin aos clientes.

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As criptomoedas já foram desvalorizadas por instituições financeiras, bancos centrais e Governos. Mas a sua presença torna-se cada vez mais dominante a cada dia que passa. Já existem várias corretoras de criptomoedas e soluções de trading, o que prova que esta indústria segue uma trajetória ascendente para dar resposta à crescente procura de utilizadores que querem pagar com criptomoedas.

À medida que o mercado de criptogramas entra na sua segunda década, uma coisa torna-se clara: o cripto e a blockchain vieram para ficar. Hoje em dia, os criptoativos contam com um valor de mercado conjunto superior a $350 biliões, com o valor de mercado das criptomoedas a ultrapassar os $2 triliões. Apesar da queda sofrida em 2022, continuamos a ver os mercados de criptomoedas a crescerem e amadurecerem, com o florescimento de diferentes setores, ultrapassando largamente o bitcoin. Enquanto este gerou apenas 59,8% de retorno no ano passado, a capitalização total de mercado do setor cripto aumentou 187,5%, com muitas das principais moedas a oferecerem retornos percentuais de quatro e até cinco dígitos.

Numa base anual até à data, a capitalização de mercado cumulativa das criptomoedas aumentou 2,75 vezes ou 175,6%, de $776 biliões, em 1 de janeiro, para $2,1 triliões em 20 de dezembro de 2021.

Em março de 2021, a capitalização total de mercado do DeFi registou um aumento acrescido de 39 biliões de dólares, o que representa um aumento de 39x o seu valor anterior, estimado em cerca de $1,01 biliões. Em 2022, o seu valor total já tinha ultrapassado a marca dos $100 biliões. Este aumento notável de valor deveu-se ao crescimento exponencial do valor total bloqueado do DeFi. O DeFi é não só um subconjunto em crescimento exponencial do setor cripto, mas também um dos maiores fenómenos geradores de riqueza do mundo.

A decade after Bitcoin was first introduced to the world, the cryptocurrency market cap stands at over $3 trillion. Despite the impressive growth of the market cap, it is still only a fraction of the US S&P 500 index's value. As of December 2020, the value of the S&P 500 is around USD $33.4 trillion. This indicates that the market is still in its early stages of growth. It also shows that there is still a lot of potential for the cryptocurrency industry.

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